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Sábado, 13 de Janeiro de 2007

Entrevista a Albino Aroso

Mulheres devem ser interrogadas antes de fazer um aborto

Médico obstetra, Albino Aroso ganhou o Prémio Nacional de Saúde e é um dos maiores especialistas nacionais em políticas de saúde. Foi considerado um dos 65 médicos de todo o Mundo que mais tempo dedica às causas públicas.


Integra o movimento de médicos que se batem pelo "sim" à despenalização da interrupção voluntária da gravidez. Albino Aroso, uma das vozes mais conceituadas e mais ouvidas nesta matéria, é também o "pai" do planeamento familiar em Portugal.



Quando o convidei para esta entrevista disse-lhe que estamos a um mês do referendo do aborto. O senhor interpelou-me referindo que eu tinha dito um palavrão…



Albino Aroso|Aborto é uma coisa morta, é aquilo uma mulher elimina espontaneamente, ou que é provocado, e que sai do útero, morrendo cá fora. Nós não estamos a discutir isso - estamos a discutir uma coisa extremamente simples, que é saber se a sociedade portuguesa deve continuar, ou não, a considerar a interrupção voluntária da gravidez em início (aquela em que a maior parte dos cientistas considera não haver ainda um ser humano) um crime.



O que está em causa no dia 11 de Fevereiro (data do referendo) não é também saber quando começa a vida humana?

No mundo civilizado, há dois tipos de mentalidades. Nos EUA encontramos os criacionistas, que acreditam que Deus criou tudo como está. Ou seja a vida humana começa na fecundação…



Mesmo sem acreditar Deus não é possível acreditar nisso?

Entre a fecundação e a chegada ao útero, 30 a 40% dos embriões iniciais desaparecem. São vidas humanas que se perdem, alguém comunica à sociedade que se perderam essas vidas humanas?

É católico?

Sou. Porquê?



Estava só a perguntar…

A Sociedade Americana de Obstetrícia e Ginecologia distribui por todos os membros, há uns anos, uma frase que dizia assim "A vida é um processo contínuo". Isto ninguém pode discutir. Do ponto de vista científico, não é possível dizer quando se inicia a vida humana, somente do ponto de vista religioso, moral ou teológico. Aqui está um problema fundamental de que as pessoas têm que ter consciência. Quando se discutiu na Europa, sobretudo em França, este problema, os cientistas concluíram que não era vida humana o embrião. Ou seja: não seria crime interromper essa vida enquanto não estava formado o sistema nervoso central. Que valor tem a eliminação espontânea?



No seu entender, tem o mesmo que a eliminação voluntária…

Nós seremos um país moralmente mais avançado que os países nórdicos, que já tiraram da sua legislação a incriminação das mulheres? Estamos numa fase em que ainda aceitamos que Deus é o responsável pelas gravidezes, ou isso é totalmente da responsabilidade das mulheres?



Em que fase estamos?

Depende. Nós dizemos uma coisa, mas fazemos outra. As sociedades fazem hoje, rigorosamente, tudo aquilo que é da sua responsabilidade, não fazem caso nenhum da intervenção de Deus. Somos totalmente responsáveis por aquilo que fazemos.



Somos o quarto país do Mundo com a mais baixa taxa de mortalidade infantil.

Tudo isso tem os seus antecedentes. Estamos a falar no planeamento familiar…



Planeamento familiar que a associação que o senhor criou lançou em 1969…

A primeira consulta pública e gratuita foi dada no Hospital e S. António, no Porto, em 1969. Nessa altura não era ainda possível anunciar contraceptivos, nem receitar com essa finalidade…



Como é que se fazia?

Era possível receitar os mesmos produtos para regularizar os ciclos. Todas as mulheres tinham ciclos irregulares… O que nós queríamos é que as mulheres tivessem os filhos que elas quisessem ter, e quando pudessem. Nós dizíamos que a mulher tinha o direito - e não o dever - de ter os filhos… A sociedade evoluiu rapidamente e a mulher ascendeu rapidamente, por via dessa política social, a todos os lugares públicos. A gravidez torna-se um problema extremamente complicado para a mulher que trabalha, que estuda e que sai de casa às oito da manhã…



Concorda com o referendo?

É-me indiferente. A questão é se isto é problema essencialmente feminino, porque não ouvir só as mulheres? Só que a maior parte das mulheres é contra as mulheres. E os homens que são normalmente responsáveis, colocam-se de fora e ainda são capazes de culpar as mulheres. Convém não esquecer que somos o país educacionalmente mais atrasado da Europa civilizada. Não admira que só agora estejamos a repetir o referendo que se fez em 1998 em que o "Sim" perdeu. Em relação a esta despenalização, defendo a existência, à semelhança do que faz a Alemanha, de um interrogatório à pessoa que quer interromper a gravidez, no sentido de saber por que é que ela engravidou: é culpa do Estado, é culpa da sociedade, não há o fornecimento atempado de contraceptivos, a culpa é do médico, o que é que falhou?


adelino meireles

In: Jornal de Notícias


publicado por laura_ceu às 19:05

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