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Sexta-feira, 4 de Janeiro de 2008

Os lobos da governança

No país interior (dois terços do rectângulo nacional), o ano de 2007 foi marcado pelo signo do lobo. Do lobo papão. Papou escolas, serviços de agricultura, maternidades, SAP dos centros de Saúde, enfim, papou à tripa-forra!

Mas a papança inda vai pelas bordas! É que o Governo - o Governo da governança - financiou, a fundo perdido, a construção do primeiro "loboduto" de Portugal. Onde? Na serra da Padrela. Trás-os-Montes. Cem milhões de euros para que os lobos não tenham de pular a cerca quando as lobas, do outro lado da estrada, gritam "uuuuu", que em língua de gente quer dizer "papa-me antes que te pape". Em poucos anos, o país interior será a terra dos lobos! É a prosperidade - dizem-me.

Transcrevo um excerto dum livro que publiquei em Fevereiro do ano passado

"À conta da multiplicação da prosperidade que D. Afonso Henriques inaugurou nas cidades deste reino, todos os súbditos que se achavam semeados pelos montes, aqueles montes que não eram vizinhos das ditas cidades, acorreram àquelas terras maiores. Nas aldeias, e até em algumas vilas - por se acharem semeadas no chão dos montes onde os lobos pastam toda a carne que comem - conservaram-se, por mor da dita inauguração, e multiplicação, da prosperidade, tão-só os velhos e as velhas e os enfermos e os caducos.

Quando el-rei deu pela verdade do vazio de braços sãos que se formou no chão das ruas das povoações, aquelas povoações que ficavam mais longe das cidades maiores, inquiriu os cortesãos, seus conselheiros

- Acaso este reino não periga perigo de invasão de povos vizinhos? As terras que são povoações, assim despidas de homens rijos para a peleja, como poderão rechaçar seus inimigos? E como poderão estorvá-los de chegar às cidades, principalmente àquelas que são maiores?

A uma só voz, eles, cortesãos, lhe ofertaram seus conselhos em troca de títulos

- Será muito proveitoso para as cidades maiores, as que vivem vizinhas com o mar a que chamam oceano, que as aldeias que são contíguas das fronteiras deste reino não interrompam o estado em que se acham. Estando, como estão, aquelas povoações prenhes de gente sem préstimo, e, dando-se o caso de os nossos vizinhos - os que são nossos inimigos e vivem em países estranhos - atravessarem a fronteira com o propósito de invadir este reino, em sendo recebidos por corpos pestilentos, envenenados com doença peganhenta, com suas caveiras esbrugadas a furar suas peles cor de defunto, logo nossos inimigos, os que nos querem pelejar e vêm dos reinos que nos são fronteiriços, sendo assim recebidos, hão-de renunciar a seus propósitos, e hão-de fugir para suas terras".

Nos dias do agora, tal como naquele tempo, não querendo o Governo - o Governo da governança - ser papado, constrói "lobodutos" para que os lobos e as lobas acasalem em paz e se multipliquem como é da lei do criador. Do criador de lobos. E os lobos, papando aqueles que não conseguiram fugir do interior do país, hão-de guardar da papança dos espanhóis o eucaliptal lisboeta!

 

Jorge Laiginhas, Escritor


publicado por laura_ceu às 11:38

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