. CCDR trava prospecções no...
. Convite para audição públ...
. Presidente do INAG desmen...
. A todos os amigos e visit...
. Partido “Os Verdes” diz q...
. Montesinho terá energia e...
. O Governo ainda não sabe ...
. Governo aprova Programa N...
. Este blog também está de ...
. Autocarro avariado acende...
. Homenagem A Florencia e à...
. Debate em Mirandela - Inf...
. Estalou o verniz ao Gover...
. Barragem vai afogar linha...
. Contra o fecho da Urgênci...
. A minha mãe partiu para o...
. Água castanha obriga Câma...
. Funcionários públicos - A...
. Mais pobres pagam cada ve...
. Música medieval em Carraz...
. Imagens do blog do amigo ...
. Ministra da Educação - Ga...
. Encerramento das Urgência...
. As grandes questões do no...
. Ministro da má saúde dos ...
. Parque de campismo flutua...
. os perigos de dizer a ver...
. "Faça dos outros estúpido...
. O Engenheiro Areias / Est...
. A 30 de Maio os trabalhad...
. convite
. As imagens valem por mil ...
. Última hora / Murça: mini...
. Sócrates pediu o esforço ...
“O Governo ainda não sabe do que são capazes os transmontanos zangados, mas vai sabê-lo em breve”. A afirmação, de um popular de Mirandela, de 60 anos, retrata o sentimento da esmagadora maioria da população dos cinco concelhos – Mirandela, Vila Flor, Carrazeda de Ansiães, Murça e Alijó – onde vão chegar as águas da futura barragem de Foz Tua, uma albufeira que deixará submersos cerca de 30 quilómetros de uma das mais belas linhas ferroviárias de montanha de toda a Europa.
A primeira questão prende-se com o facto de estarem já a decorrer obras de reparação da linha no local onde ocorreu o acidente de Fevereiro. As obras estão orçadas em 500 mil euros e, a ser respeitado o calendário do Plano Nacional de Barragens apresentado há dias, devem ser inutilizadas dentro de sete ou oito anos.
“Se a linha é para acabar, então para que diabo estão a gastar esses milhões em obras? Que tenham coragem e inutilizem já o troço entre o Tua e o Cachão e implementem sistemas de transportes alternativos”, disse o sexagenário, assegurando que, “quando os sinos tocarem a rebate, os protestos vão ser violentos”.
Para já, aponta o dedo aos políticos, que “dão o dito por não dito”, por causa “dos milhões que lhes foram prometidos se a barragem avançar sem problemas”.
“O Estado deve estar rico”, disse o autarca ao CM, lembrando que a decisão de submergir a linha surge depois de o Governo gastar “cerca de 2,5 milhões de euros na segurança da linha e 500 mil nas obras consequentes do acidente”.
Realça ainda que “a anulação da linha representa o fim da única ligação ferroviária de Trás- -os-Montes ao Litoral e uma machadada violenta no turismo da região”. Daí que também os agentes turísticos se mostrem contra a barragem.
Acusações que não atingem o presidente da Câmara de Mirandela, José Silvano. O autarca diz que não consegue compreender a decisão do Governo e promete “luta feroz” contra o projecto.
“O que esta gente não vê é que barragens há em todo o lado e linhas de via estreita com esta beleza são raríssimas. As poucas que existem na Europa estão a ser preservadas e potenciadas”, disse o dono de uma agência de viagens de Mirandela.
TROÇO REABRE ESTE MÊS
O troço entre o Tua e o Cachão, encerrado na sequência do acidente, deve reabrir à circulação no próximo dia 15. Para já não se sabe se algum governante estará presente na cerimónia que possibilitará, novamente, a viagem de comboio da estação do Tua, na Linha do Douro, até à cidade de Mirandela. Se a barragem for efectivamente construída, deixará submersos cerca de 30 quilómetros de linha e as estações e apeadeiros de Tralhariz, Santa Luzia, S. Lourenço, Brunheda, Codeçais, Abreiro, Ribeirinha e Vilarinho.
“Estamos convictos de que se o senhor primeiro-ministro fizer esta viagem, ordenará, de imediato, que a barragem de Foz Tua seja riscada do tal plano nacional”, disse ao CM o autarca de Mirandela, José Silvano.
REGIÃO VAI PERDER 20 MIL TURISTAS
A Linha do Tua, segundo os dados das autarquias e das regiões de turismo, serve cerca de 20 mil turistas por ano, um importante investimento para a região de Trás-os-Montes, sobre Mirandela, cidade onde a linha termina desde 1987 – antes seguia até Miranda do Douro. Se no Inverno o pequeno comboio, tipo metro de superfície, chega a fazer viagens com quatro ou cinco pessoas, a verdade é que no Verão os dois vagões sobem e descem à pinha de gente.
Trata-se, dizem os especialistas, de um segmento com enormes potencialidades que o nosso país não tem explorado como devia. A Linha do Tua foi uma das mais notáveis obras de engenharia do início do século XX e percorre um vale de rara beleza, por entre vinhas e encostas inóspitas.